Os valores da Aristocracia
- Bertram Schweickert
- 1 de out. de 2016
- 4 min de leitura
"Recriar uma nova aristocracia é a eterna tarefa de todo projeto revolucionário." - Guillaume Faye Senhores opulentos, gananciosos, egoístas, aproveitadores, usurários, confinados e confortáveis por trás de grandes muros, ditando ordens para seus subordinados e controlando a população. Se você assimila tais palavras com a aristocracia, você foi ensinado incorretamente o verdadeiro significado de tal palavra. Tais características citadas anteriormente definem a alta classe burguesa, não a aristocracia. Com a ascensão da burguesia após a subversão iluminista, aristocracia passou a carregar conotação depreciativa. Elaboremos a seguir os verdadeiros valores da aristocracia e porque ela é importante para o desenvolvimento de um povo.
Antes de tudo, precisamos fazer uma revelação: existem pessoas que são superiores às outras. Sim, igualdade é um falso deus. Igualdade nunca foi uma virtude de uma sociedade saudável. É necessário tratar os desiguais de forma desigual para que exista a verdadeira equidade. A excelência individual - e comunitária - é alcançada principalmente pelo trabalho duro. É por isso que algumas pessoas são superiores. Não porque possuem privilégios ao nascimento, porém sim porque estão dispostas a sacrificar mais pelos seus objetivos. Enquanto muitos desistem, os fortes seguem em frente. A natureza é inerentemente hierárquica. A aristocracia é naturalmente heroica.
"Há, entre os homens, uma aristocracia natural, cuja base são as virtudes e o talento." - Thomas Jefferson
Para entender aristocracia, é interessante analisarmos primeiramente a sua etimologia. Aristocracia tem sua origem do grego ἀριστοκρατία: aristokratía, de ἄριστος (aristos) "excelente" e κράτος (kratos) "poder". É o governo dos excelentes, o regime dos melhores. Durante toda a história, a classe aristocrática desempenhou papel fundamental para o desenvolvimento das tribos e dos povos. Os esparciatas em Esparta formavam a classe guerreira e política da cidade-estado. Sua bravura e sacrifício são lembrados até hoje, sendo conhecidos principalmente pela Batalha das Termópilas. Os eupátridas, possuíam a mesma função em Atenas. Os patrícios em Roma eram os líderes militares e fundadores da república. No Japão, os samurais formavam a classe guerreira aristocrata. Para os germanos e celtas, o rei era escolhido entre os guerreiros mais fortes. Durante o período medieval, os aristocratas cavaleiros formavam a linha de frente da batalha. Os reis deveriam provar o seu valor em batalha, liderando os seus exércitos e participando do confronto - Eduardo, o Príncipe Negro, é um bom exemplo, sendo ele líder de tropas de infantaria. Nos exércitos dos vikings, os huscarl (a guarda do rei), formavam a primeira linha. Possivelmente você já ouviu a velha mentira de que as classes dominantes enviavam seu exército formado por camponeses na linha de frente, observando estes morrerem por sua causa. Como dito antes, não passa de mentira. Utilizar os camponeses em guerra na antiguidade era o último recurso.

"A busca da perfeição implica sempre uma aristocracia definitiva, que é tanto uma meta de esforço como uma filosofia nobre, uma política civil augusta ou uma grande arte." - Ralph Adams Cram
E o que define aristocracia? Quais são suas virtudes? Aristocracia não tem sua origem na certidão de nascimento. Aristocracia é um objetivo a ser conquistado. A partir do momento que a aristocracia se torna um privilégio de nascença, ela perde o seu significado. Existem diversos tipos de aristocratas, sendo eles guerreiros, filósofos, cientistas, inventores, exploradores, aventureiros, atletas, artistas. Porém, todos estes são movidos por valores comuns:
- Laboriosidade: Trabalho duro, pesado. O aristocrata não tem medo de se esforçar para alcançar aquilo que almeja.
- Ambição: Apenas a existência da vida não basta. É preciso fazer algo mais, fazer com que a vida possua sentido.
- Inteligência: Estudo e dedicação. Uma mente mais aguçada é capaz de lidar melhor com auto-controle, estratégias e conhecimento. Inteligência nem sempre significa acúmulo de informações, porém sim a habilidade de colocar na prática suas experiências.
- Ousadia: Um aristocrata não possuí medo de arriscar, de conquistar algo novo. Apenas através da ousadia é que se consegue deixar sua marca.
- Habilidade de ser livre: Liberdade não é uma condição simples. Possuir liberdade para ter sucesso, também significa liberdade para falhar. É necessário saber lidar com as falhas, não cair em vícios, decepções e desculpas. Se você quer ser livre, saiba lidar com as consequências.
- Espiritualidade: Este valor é a síntese de todos os outros. É a capacidade de conseguir incorporar e praticar todos os outros. O espírito não significa você estar conectado com um outro mundo. Significa você estar conectado consigo mesmo. Ter a mente e o corpo centrados em si próprio. Esse é o verdadeiro significado da espiritualidade.
A classe aristocrática é importante para o desenvolvimento de uma sociedade. Platão e Aristóteles foram defensores de governos aristocráticos, pois estes possuem a habilidade de governar de forma mais justa uma nação. Aristocracia é totalmente contrário ao conceito de igualdade e democracia. A democracia é frágil e anula o valor natural da diferença, criando uma sociedade onde não há indivíduos responsáveis por suas próprias atitudes, pois estão protegidos pela impessoalidade da maioria. Uma nação forte é construída com uma classe aristocrática virtuosa e moral. "Eu acredito na aristocracia, embora - se essa é a palavra certa, e se um democrata pode usá-la. Não uma aristocracia de poder, com base na posição e influência, mas uma aristocracia do sensível, do respeitoso e do valente. Os seus membros encontram-se em todas as nações e classes, e através de todas as idades; e há um entendimento secreto entre eles, quando eles se encontram. Eles representam a verdadeira tradição humana, a vitória permanente da nossa raça estranha sobre crueldade e caos. Milhares deles perecem na obscuridade, alguns são grandes nomes. Eles são sensíveis para os outros, bem como a si mesmos, eles são atenciosos sem serem espalhafatosos, o seu ímpeto não é prepotente, porém sim capaz de perseverar, e eles podem aceitar uma piada." - Edward Morgan Forster

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