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Para o que estou destinado?


Esse texto é um pouco diferente da maioria que são postados aqui, visto possui um caráter mais pessoal. Desde a idealização da Legião Identitária, tive em mente criar um movimento que fosse mais do que um simples grupo político, mas que fosse um movimento cultural, destinado a atingir e influenciar positivamente as vidas das pessoas. Espero nesse texto alcançar o coração dos jovens que podem ter passado ou passam por situação parecida com a minha. Apenas nós, que somos da mesma geração e compartilhamos as mesmas angústias, podemos conversar e nos entendermos.

Durante minha adolescência eu frequentemente refletia e pensava o que seria do meu futuro. Estaria eu destinado a algo grande, como os meus heróis? Eu lia sobre a história de Aquiles, Leônidas, Vercingetórix, Júlio César, Harald Hardrada e ficava desejando e sonhando um dia gravar meu nome na história como esses grandes heróis. Acontece que vivemos em tempos diferente. Ainda que exista oportunidade para a vida militar, ela não é tão valorizada em nossos tempos atuais. Quantos heróis tivemos nos últimos 100 anos que são tão valorizados quanto os da antiguidade? A sociedade atual enxerga a guerra como danosa e os heróis de guerra são vistos na verdade como vilões. A própria dinâmica da guerra mudou para que ela fosse vista como algo ruim. Agora os soldados são enviados para morrer em nome de interesses de plutocratas que não têm coragem de ir pra guerra, que se enriquecem mais e mais, pois é tudo parte de um jogo político e econômico. É diferente de um germânico que faz parte da eleição do próprio líder que vai sangrar com ele em batalha ou um espartano que sabe que terá um líder que também passou por tudo o que ele passou.

O destino quis que minha vida fosse voltada pela intelectualidade, ao invés do militarismo. Ingressei em uma Universidade Federal e, mesmo tirando uma nota que garantiria meu acesso a qualquer curso, escolhi um de Humanas. Fui morar sozinho na capital, entusiasmado pela aventura e descoberta, ansioso para ter novos amigos e passar dias e noites discutindo sobre batalhas, guerras, povos e heróis do passado. Doce ilusão. Nas primeiras semanas eu tive meu primeiro choque. Meu curso era composto por professores maliciosos, desejando apenas manipular e passar sua visão de mundo distorcida aos alunos. Os alunos e "colegas" de turma, estavam apenas interessados em usar drogas, frequentar festinhas regadas a cerveja barata e maconha, aprender mais sobre desconstrução, políticas de minoria, feminismo, ideologias de gênero e assim por diante. Cheguei a ouvir que "Platão é um lixo e deve ser esquecido, não faz sentido estudá-lo. O que importa é realizar a revolução anarquista nas mentes das crianças." Me senti mais sozinho ainda, em outra cidade e deslocado no curso que eu havia escolhido. Comecei a ser consumido pela tristeza e pela raiva. Aquele não era lugar para mim e não havia sentido em continuar lá. Batalhava com a angústia de desistir e decepcionar minha família. Por um tempo fiquei enclausurado em desanimo e escuridão.

Esse período, que durou quase um ano - o primeiro que morei sozinho -, me ajudou a refletir e pensar mais sobre mim mesmo. "Como irei fazer algo grande se não há nada grande a se fazer? Por que fazer algo grandioso se não haverá reconhecimento nisso?" Finalmente me veio a mente que para realizar algo grandioso, eu precisava primeiro estar apto a tal coisa. Me aprofundei mais em estudos, comecei a frequentar a academia e arrumei um emprego. Meu emprego me conectava, apesar de ser à distância, com pessoas do meio rural. Pessoas simples e trabalhadoras. Eu os auxiliava a estudar pela internet e estas pessoas, ansiosas em busca de conhecimento, muito me agradeciam pela ajuda que eu oferecia. Eu me sentia útil por ajudar outras pessoas. A vida começou novamente a fazer sentido para mim. Eu não me imaginava mais rodeado pela escuridão e fazendo parte dela. Em meu curso, me imaginava como um espartano, cercado pelo desfiladeiro de Termópilas, com a obrigação de permanecer firme e fiel, mesmo com a crescente horda invasora em minha direção. Me tornei mais forte e mais seguro. Não sentia mais tristeza e nem raiva. Apenas permanecia sereno, como se nada pudesse mais me afetar. Como nos ensina Julius Evola:

 

"Uma única coisa deve importar ao Homem: permanecer de pé entre as ruínas."

 

Pouco depois conheci minha mulher, grande amor da minha vida, que casei e juntos construímos nosso lar. Ainda estou na faculdade, porém mudei de Universidade e voltei para a minha cidade natal. Me sinto em casa, não apenas por possuir um lar, mas por estar em meio daqueles que possuem os mesmos valores que os meus.

Mas ainda é possível fazer algo grande? Pelas lições que eu tive, aprendi que para fazer algo grande é necessário primeiro se tornar melhor a cada dia. Se queremos mudar o mundo para melhor, devemos primeiro melhorar a nós mesmos. Não podemos cair no conforto, devemos buscar sempre a grandeza. É possível fazer algo grande individualmente, porém hoje acredito que se cada um realizar a sua parte, com afinco e com determinação, em prol de um coletivo e um todo maior que é realmente grande, pois ultrapassa a barreira da individualidade, podemos sim realizar grandes feitos conjuntamente. As conquistas individuais quando feitas apenas para satisfação do ego e não visando um bem maior e comum a todos, não são vitórias. Esse é o verdadeiro aprendizado que podemos ter com nossos heróis da antiguidade, que estavam sempre dispostos a se sacrificar pela família, tribo e nação.

 

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