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As virtudes do Guerreiro


Dizem alguns que a diferença entre o herói e o assassino, ou entre um guerreiro e um bruto, é a posição que este ganhou por vontade da História – ser vencedor ou não. Neste sentidos, ambos são iguais em princípio e, consequentemente, os apoiadores desta visão tendem a repugnar os guerreiros que se sacrificaram para que eles pudessem falar isso. Mas afirmamos: o guerreiro está nas castas mais altas em virtude humana junto com outros bons homens que compõem a aristocracia. O guerreiro, ao contrário do bruto, reconhece em seu povo uma realidade maior do que a ele mesmo, enquanto o bruto somente luta por lutar, vazio de sentido. O que separa o herói de um assassino é este fio fino, o reconhecimento de um bem, o que difere em conteúdo e portanto em ação. O guerreiro faz o que é necessário para defender ou engrandecer seu povo, enquanto que o bruto desnecessariamente luta contra tudo pelo simples fato de lutar ou pela busca por reconhecimento. Pode-se afirmar que o primeiro assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem, sacrificando a si mesmo – afinal o bem aqui é aquilo que é necessário imposto pela realidade maior: o povo. Pode-se enquadrar ambos arquétipos no princípio das virtudes aristotélicas, enquanto o guerreiro é equilibrado; o bruto é o excesso; e o manso é a deficiência de virtudes. O guerreiro geralmente é um homem de coragem, que sabe contra quem e como lutar; o manso é fraco, não luta por algo e portanto volta-se somente para seu bem-estar; o bruto é viciado e não consegue controlar-se, portanto é imprudente. O guerreiro é moderado, sabe quando deve empunhar sua espada contra inimigos e quanto não é necessário tal fato; enquanto o manso e o bruto são desequilibrados. Por que, mesmo que semelhantes em ação, o guerreiro herói está eternizado em memoriais ou estátuas, estando hierarquicamente no topo, enquanto o assassino bruto é um pária para a sociedade em geral? O primeiro se esforçou por este povo, logo, é racional que se reconheça tal nobreza; o segundo não lutou por algo, apenas saciou sua sede por sangue e nada mais. Análogo a esse sentido estão o policial e o bandido – o policial luta para assegurar o bem-estar social, algo que não é somente para ele; enquanto o bandido mata para obter poder e riquezas para si mesmo. Os pacifistas, que advogam contra a polícia e o exército, não entendem que para que eles pudessem expressar suas vagas opiniões, foi necessário o sacrifício de alguém para garantir a liberdade e a segurança que permitem que eles expressem tais injustiças. Não entendem que isso é bom e necessário, mesmo que não pareça em primeiro momento. O que separa o guerreiro do bruto é a virtude que lhe faz empenhar suas forças pelo povo: a fortaleza. A fortaleza é a virtude de quem assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem, chegando até à capacidade do eventual sacrifício da própria vida por uma causa justa.

 


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