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Amor


Original OPERATION WEREWOLF "O amor supera o ódio."

"Amor é tudo que você precisa."

E a mais irritante de todos:

“Viva, ria, ame!” (Este, ao que parece, é agora algo como o grito de guerra dos degenerados.)

Ao ouvir as pessoas falarem, você pensaria que vivemos na mais amorosa sociedade que já existiu. Mas fica claro que as pessoas hoje não são mais amorosas - e certamente não são mais amáveis - do que jamais foram. Além disso, se você ouvir atentamente todos os fanáticos por amor, ficará claro que quando o establishment e seu aparato educacional-político-midiático falam sobre “amor”, eles querem que os entendamos de duas formas muito específicas.

Primeiro, devemos amar a todos igualmente (“o amor não vê cor”). De alguma forma, espera-se que dediquemos o mesmo nível de preocupação para os filhos de outras pessoas, em países cujos nomes não sabemos pronunciar e cujas fronteiras não podemos identificar em um mapa, como faríamos com nossas próprias famílias. Este é o "amor universal" de um tipo que faria Jesus corar. Também é quase sempre dissimulado. O establishment claramente acha que algumas pessoas mais amáveis do que outras. No entanto, a ideia de amor universal é suficientemente atraente para as sensibilidades amorfas das pessoas modernas, que se tornou o argumento do establishment quando precisa manipular moralmente o público - e a política agora parece consistir basicamente de manipulação moral.

Segundo, nossa sociedade superestima o amor sexual, especialmente o amor sexual da variedade mais promíscua. Em verdade, há pouco "fazer amor" e muito mais "sexo descompromissado". Os casamentos monogâmicos podem ser uma estranha relíquia do passado, mas o establishment nunca se deparou com um fetiche ou prática sexual desviante que não seja tentadora. Existem grupos de advocacia organizados para Adultos Bebês, escatofílicos e pessoas que transam com fantasias de personagens de desenhos animados. Eu dificilmente sou puritano e pouco me importaria se as pessoas gostam de podolatria ou roupas de couro, mas por que essas coisas são tratadas como se tivessem valor social redentor? Parte disso é o fato de que, em uma sociedade capitalista, as identidades sexuais marginais se tornaram mercantilizadas, assim como tudo o mais. Mesmo o simples heterossexual antiquado agora pode ser encomendado como pizza em aplicativos de namoro como o Tinder. Como acontece com qualquer outro produto de consumo, a abordagem parece ser de quantidade sobre qualidade. Por que tentar cultivar relacionamentos significativos ou iniciar uma família quando você pode baixar a gratificação sexual instantânea da Internet? Ainda assim, a mercantilização da sexualidade não explica tudo. O establishment tem interesse em promover uma concepção inteiramente sexualizada de amor, assim como tem interesse em promover um “amor universal” que se propõe a abraçar toda a humanidade.

Então, o que essas duas concepções de “amor” têm em comum? A resposta é que nenhum deles exige compromisso. Imaginar que você ama todas as pessoas em todos os lugares, sem distinção, e transar com estranhos aleatórios, sem nunca comprometer seu coração com nenhum deles, significa nunca ter que escolher lados. Isso porque escolher lados é perigoso.

E o amor verdadeiro é perigoso. Quando você realmente ama alguém, a implicação é que você está disposto a lutar por ele. Todo mundo sabe que uma mãe urso com seus filhotes é o animal mais mortal da floresta. Também é verdade que alguns homens - muitas vezes homens desequilibrados, às vezes homens genuinamente heroicos - podem ser induzidos a lutar e morrer por um ideal ou princípio. Mas até homens comuns, aparentemente não-heroicos, lutarão até a morte se suas esposas ou filhos forem ameaçados. A maioria dos soldados que caíram no Iraque ou no Afeganistão não morreram ou ficaram mutilados permanentemente porque acreditavam na propaganda sobre a disseminação da democracia e na defesa das “liberdades”. Eles morreram para proteger seus irmãos de armas, os quais eles amam de uma maneira que os não-combatentes provavelmente nunca compreenderão. (Quando falo de “amor” entre homens, refiro-me a isso de uma forma completamente não sexual. Isto, naturalmente, não é preciso dizer, mas em nossa sociedade homocêntrica, obcecada por sexo, provavelmente vale a pena repetir). Revoluções são fomentadas por bandos de homens cuja lealdade uns para com os outros pode derrubar nações existentes e encontrar novas.

Da mesma forma, as famílias nucleares e as famílias estendidas podem se sustentar mutuamente e apoiar umas às outras de maneiras que nenhum governo pode competir, e podem até se transformar em dinastias que podem desafiar o poder do Estado. O cientista cognitivo Steven Pinker certa vez opinou que a família é a instituição mais insurgente da história humana, precisamente porque sempre favorecerá seus próprios membros em detrimento das reivindicações de cidadãos sem parentesco. É por isso que o governo é um promotor tão desavergonhado de mães solteiras, agências de “proteção” infantil e iniciativas feministas para destruir o patriarcado. É também por isso que um fenômeno como “slut-shaming” agora é considerado um crime político terrível. Essas idéias se refletem nos dois maiores romances distópicos do século XX: Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, e 1984, de George Orwell.

No Estado-Mundo implicitamente totalitário de Huxley, as famílias foram abolidas. As crianças são projetadas e criadas em instituições como o “Centro de Incubação e Condicionamento de Londres”. O sexo indiscriminado é encorajado, mas relacionamentos monogâmicos e até palavras como “mãe” e “pai” são considerados tabus.

Na sociedade explicitamente totalitária imaginada por Orwell, o Partido está plenamente consciente dos perigos de ligações humanas significativas que estão fora da órbita do Estado. “Já estamos quebrando os hábitos de pensamento que sobreviveram antes da Revolução. Nós cortamos os vínculos entre criança e pai; entre homem e homem; e entre homem e mulher. Ninguém se atreve a confiar em uma esposa ou uma criança ou um amigo por muito tempo. Mas no futuro não haverá esposas nem amigos.” No ato final do livro, Winston Smith é capturado e torturado pelo Big Brother. Mas o interrogador de Winston não o considera suficientemente quebrado (submisso) - e pronto para a reintegração no Partido - até delatar Julia, a mulher que ele ama.

Se os libertários, anarquistas ou outros anti-estatistas querem independência real do Sistema, eles deveriam estar trabalhando para formar irmandades, tribos e famílias fortes, que são a única alternativa verdadeira à hegemonia do Estado. Em vez disso, essas são muitas vezes as mesmas pessoas mais suscetíveis ao mito pernicioso do “indivíduo acidentado” (termo que indica o ideal pelo qual um indivíduo é totalmente auto-suficiente e independente de assistência externa, geralmente estatal ou governamental). Todos já ouvimos uma variante da citação de Henrik Ibsen: “O homem mais forte do mundo é aquele que está mais sozinho”. Embora isso possa ser verdade em algumas circunstâncias, ou em certas questões de consciência, ele ignora completamente a realidade de que os seres humanos são, por natureza, quase inteiramente sociais - nunca houve um tempo em que as pessoas pudessem realmente seguir em frente sozinhas. Quando os homens modernos dizem a si mesmos que são "suficientes por si mesmos", quase certamente estão se iludindo sobre o grau em que estão confiando nos sistemas de apoio fornecidos pelo governo. Nosso objetivo, portanto, não deveria ser nos isolarmos como indivíduos (como se isso fosse possível), mas cultivar relações de interdependência com pessoas com as quais realmente nos importamos e que realmente se importam conosco. O Estado seria naturalmente excluído dessa equação.

Além disso, embora Ibsen possa ter pensado que estar sozinho é ser "forte", para a maioria das pessoas esse tipo de pensamento é apenas uma morna justificativa para a fraqueza. Você pode dizer a si mesmo que é um pick-up artist (PUA) porque transa com muitas estranhas, mas provavelmente é apenas um idiota. Idem para "MGTOW" (você pode usar o Google se precisar), que acreditam estar em um alto nível de superação. Da mesma forma, recusar-se a se abrir para amizades reais e profundas, provavelmente significa apenas que você é um covarde que tem medo de ser “ferido”. Também não há nada forte em adotar as platitudes vazias do Establishment sobre “um amor que não constrói muros. Amar toda a humanidade é praticamente a mesma coisa que amar ninguém. O verdadeiro amor ganha significado quando escolhe seu objeto com a exclusão de todos os outros.

O amor verdadeiro, em outras palavras, é sobre lealdade. É um poderoso antídoto para o espírito do desapego irônico, do desenraizamento e do vazio solitário e insidioso, que são as marcas registradas da condição moderna.

 

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