A falsa festividade "identitária"
- Ricardo E.; Bertram Schweickert
- 9 de set. de 2016
- 2 min de leitura
A primeira Oktoberfest no Brasil é realizada em 1978, alguns anos após as perseguições aos colonos e descendentes alemães no Estado Novo. Não só houve perseguição, porém uma tentativa de integração forçada dos alemães, como por exemplo, foi proibido de se falar em alemão; a mídia em alemão foi proibida de circular em território nacional; nomes de localidades, ruas e muitas outros aspectos da cultura foram mudados por iniciativa estatal. A censura era onipresente. O governo brasileiro jamais aceitou que os descendentes de determinado grupo étnico em território nacional se considerassem como parte deste grupo. Assim, o governo brasileiro reconhecia somente o jus soli (direito de solo). Algo totalmente averso a naturalidade de um povo, já que em boa parte da História, os povos se auto-afirmaram através do jus sanguinis (direito de sangue) e não somente pelo território em que viviam. Os alemães sempre tiveram um Deutschtum - isto é, a "germanidade" - o sentimento de reter em si o espírito germânico. O teuto-brasileiro nunca perdeu este espírito, mesmo que reprimido por forças governamentais. Em 1950 tem o que pode ser considerado "revanchismo cultural" alemão, já que as comunidades germânicas novamente podem expressar sua cultura. Eles então acharam diversas maneiras de realizar isto, através da arquitetura, criação de escolas que ensinavam o alemão, centro culturais e festas populares como a Oktoberfest. Porém, o governo central nunca gostou muito da ideia de um povo preservar seu costume e valores. Assim, novamente o governo brasileiro quer acabar com os alemães e seu valores "atrasados". De uma maneira muito mais eficaz, promovendo algo não forçado diretamente, porém de maneira branda, como a promoção deste tipo de lixo cultural, sem qualquer conexão com a identidade germânica. O projeto de abrasilianamento continua em curso, promovendo a homogenização forçada das diferentes identidades. Neste processo de favelização, o que é singular e tradicional, é desprezível; o que é "moderno" e vulgar, é louvado. Esta é a imagem que o Brasil gosta de passar para o povo e para o mundo. Este tipo de festividade é um imenso desrespeito não só com a essência germânica, como aos nossos pais e avós, que em seus tempos sabiam realmente festejar e celebrar. Estes agora são descartados destas festas, visto que é improvável que compactuem com tal degeneração de valores. Cabe aos descendentes de alemães recusarem este tipo de podridão nas suas representações que retratam a sua cultura e seu patrimônio histórico. Não cabe a eles decidirem quem vocês são. Sabote este tipo de iniciativa. Valorize as festas locais e dignas de sua presença. Valorize quem valoriza você e sua cultura. - Caso queiram expressar sua indignação, segue foto de divulgação do evento. Muitos já se colocaram contra a organização. (https://www.facebook.com/oktoberfestsantacruz/photos/a.159144347487908.38620.159139894155020/1056199871115680)

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