A Superação do Sistema como Vitória
- Klaus P.
- 11 de abr. de 2017
- 3 min de leitura
Todos os grandes sistemas atraem massas de crentes a favor - ou rebeldes contra ele. Desta forma, o sistema sem sequer fazer um movimento, vem a definir não apenas o pensamento do crente, bem como o que um adversário irá pensar. Se o crente acredita em A, o rebelde será o oposto de A. Isso acontece nos níveis mais altos da sociedade - onde os indivíduos podem se beneficiar da exploração de outros; ou através de uma imposição lenta sobre a população, com rotinas baseadas em consumo, com o materialismo alcançando os níveis mais baixos. Esse culto ao progresso, ao consumismo está no seu apogeu - e infesta os quatro cantos do mundo, com seu evangelho de dissolução. A natureza - que outrora era cultivada, hoje é envenenada, não passa de um subproduto a espera do homem para ter algum benefício próprio. Porém, a proteção da natureza é na realidade e sobretudo, a proteção do próprio homem.
O pensamento sempre inclinado para o futuro, negando o passado, como algo distante - primitivo, nada mais é do que vazio. "O futuro é um refúgio onde nos escondemos da competição feroz de nossos antepassados. São as gerações passadas, não as futuras, que vêm bater à nossa porta."¹
Todavia, "O essencial não é deixar-se impressionar pela onipotência e aparente triunfo das forças da época."² É da natureza da modernidade que toda crença, nova e apaixonadamente mantida pela sociedade, inicia-se em estado de colapso, esperando ser substituída pela posterior nova convicção; e depois pela próxima, e assim por diante.
Esta forma de democracia plutocrática só pode existir por um espaço de tempo, pois logo se esgota em sua busca reativa de novidade e mudança. Em última análise, todo mundo fica entediado com as maquinações rasas deste tipo de sociedade e começa a surgir um anseio por algo mais profundo e mais significativo, um escapar ao chamado do sangue:
"Lá desperta, por fim, um profundo anseio por toda velha e digna tradição que ainda permanece viva. Os homens estão cansados de desgosto da economia monetária. Eles esperam a salvação de algum lugar ou de outro, para algum verdadeiro ideal de honra e cavalheirismo, de nobreza interior, de altruísmo e dever. E agora amanhece o tempo em que as potências e forças do sangue, que o racionalismo da Megalópolis suprimiu, despertam nas profundezas." - Oswald Spegler, em A Decadência do Ocidente
O identitário tradicionalista, carregando o sentimento primordial, capacita o homem para retornar a si, para descobrir suas oportunidades historicamente situadas e singulares, percebendo a plenitude da sua essência e verdade, ao invés de ser um mero oponente do sistema, opondo-se a A. Com sua percepção profunda, pode oferecer múltiplas opções como alternativa para o povo, que encontra-se corrompido e hipnotizado pelas fáceis paixões do entretenimento. Não devemos esquecer dos valores antigos, somos herdeiros da civilização, nosso papel é manter à chama eterna que queima dentro de nós - nossa história, forjada pelo combate, sangue e cintilar de espadas, através dos séculos em que homens ergueram-se e caíram em batalha, por sacrifício e glória, pelo triunfo do coletivo e do povo.
"O combate (polemos) é de todas as coisas pai, de todas rei, e a uns ele revelou deuses, a outros homens; de uns fez escravos, de outros, livres." - Heráclito
Eis o nosso culto aos guerreiros, não aos covardes, eis o legado do Ocidente. Não são pelos ideais torpes, perversos, cheios de ismos, saturado de progressismo, que somos guiados. Nossa lealdade é para com nossos ancestrais - porque sem eles não existiríamos e esquecendo deles sucumbiremos.
¹ G. K. Chesterton
² Julius Evola

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