Comunidade: O Elo Sagrado
- Klaus P.
- 11 de abr. de 2017
- 2 min de leitura
A prima causa da fixação de uma comunidade no solo é a agricultura. Porém, o avanço tecnológico está rumo à aniquilação dos recursos naturais, o solo está envenenado, os níveis de estrogênio (principalmente na forma de xenoestrógenos) são nocivos aos homens e mulheres. A agricultura - que era familiar, sustentável, que seguia o devir natural das estações do ano, agora é mecanizada, fria, desregrada. Não cultivamos mais nossos alimentos, cultivamos o lucro - o cerne de nossa vida é econômico. A teoria liberal clássica era individualista, sustentando que o ser humano individual era a realidade última, que os indivíduos existiam essencialmente apenas como seres atomizados; ou seja, que são completamente independentes uns dos outros, exceto quando decidem associar-se "racionalmente" uns aos outros ou criar um "contrato social".
A economia moderna foi a fonte da formação de "setores secundários", significando estruturas que não tinham ligação com nenhuma cultura étnica orgânica e que consideravam o mundo natural e os seres humanos de uma maneira técnica: objetos para serem usados como recursos ou ferramentas, a serem utilizados para aumentar a produção e, portanto, também, o acúmulo de dinheiro. O indivíduo não passa de um átomo numa sociedade, composta de superficialidade, uma coleção de indivíduos essencialmente desconectados, descartáveis, sem ligações afetivas ou espirituais. Uma verdadeira comunidade onde um grupo de pessoas sente um sentimento orgânico de pertença e solidariedade, com a existência de laços psicológicos entre si, onde o indivíduo liga-se a estabilidade coletiva, a integração.
Os laços arraigados de um povo, além do sangue, etnia, língua, valores, crenças, são sua conexão com a natureza, com o sagrado. "Um povo que ainda crê em si mesmo ainda tem também seu próprio Deus". diz-nos Nietzsche. Tudo isso é praticamente inexistente hoje. O escopo moderno tende a homogenização da humanidade, sem distinção entre as diversas culturas - prova da irracionalidade em que vivemos. Rejeite isso, cultive suas tradições, tenha orgulho da história do seu povo, honre-os mantendo seus costumes vivos.
"É a força da memória, transmitida no seio da família, que faz com que a comunidade sobreviva, apesar das ameaças que buscam sua dissolução." - Dominique Venner
A "religião" deriva do latim religare, que significa "unir-se" - isto é, ligar os membros de uma comunidade de volta às suas origens comuns e, assim, vinculá-los à fé comum que os torna uma comunidade. O propósito coletivo estava ligado à renovação da tradição. Como previamente implícito, identidade étnica e comunitária só encontram seu pleno significado e validade na presença de um senso de comunidade espiritual orgânica.
Em vez de apenas negar as teorias modernas, racionalismo, universalismo, liberalismo, industrialismo e globalização, que ameaçam a identidade e o patrimônio em escala global; precisamos dedicar mais energia às representações míticas das batalhas vindouras em que nossa causa triunfará - representações que são "míticas" não no sentido de serem fantasiosas ou imaginativas, mas em validar essa ética etnocomunitária que pressiona "o selo do eterno" em nosso povo. Está é a maneira como os movimentos sociais e nacionais do passado prepararam suas vitórias - é o caminho de toda re-espiritualização que anima um povo em ascensão.

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