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O indivíduo que nasce em uma Civilização recebe incomparavelmente mais do que oferece - Charles Maur


A concepção atomística dos liberais, tanto de direita, quanto de esquerda, rejeita princípios básicos da própria natureza humana. Não existe indivíduo isolado, e sendo assim, suas atitudes na sociedade nunca terão consequências isoladas. Ainda que o indivíduo possua a liberdade de realizar uma escolha pessoal, as repercussões de suas ações terão impacto em pelo menos o menor grupo que forma a sociedade, que é a família. Além disso, no momento em que um indivíduo nasce, ele recebe identidades e relações que transcendem a própria noção de indivíduo: você é um ser humano, nascido em um determinado continente, em uma nação, em uma etnia, em uma sociedade de determinada religião, em uma família. Tudo isso carrega uma história que precede você e que é muito maior do que você, que terá imensa influência em sua vida. Como já vimos no artigo de Arthur Giordan - O Fim Do Individualismo Atômico - Uma Teoria sobre quem você é: "Sua família, sua etnia, sua cidadania nacional, sua cultura, sua fé e todos os outros círculos não podem ser removidos sem grave dano psicológico e espiritual a você como pessoa. Desta forma, sua participação em comunidades e grupos de identidade é em si uma parte substancial de sua identidade e personalidade; não podemos fundamentalmente distinguir essas esferas do ser." Apenas após receber toda essa herança é que você irá escolher suas próprias identidades: educação, vocação, gostos etc. O grande problema do individualismo moderno é que ele carrega consigo o egoísmo e a irresponsabilidade de uma geração que desconhece o significado de obrigação e dever. Não há bem maior do que herdar a civilização, portanto é necessário que, caso você queira desfrutar de seus benefícios, que você colabore com a sua manutenção. A civilização é muito maior do que um indivíduo e ela não sentirá falta dele caso ele não decida participar dela, porém o processo contrário não existe. Um indivíduo deslocado da civilização não poderá sobreviver sem ela. "Eu apenas posso viver em relação aos mortos da minha raça. Eles e o solo de meu país me dizem como devo viver." — Maurice Barrès A civilização e a comunidade devem ser protegidas a todo custo. A sobrevivência delas depende da comunhão dos indivíduos que formam a sociedade. Os laços comunitários funcionam como uma barreira que protege os indivíduos de ameaças externas. A liberdade individual não existe sem a existência de uma comunidade que a proteja. "O imaginário da modernidade é dominado por desejos de liberdade e igualdade. Estes dois valores cardinais foram traídos. Cortados das comunidades que os protegiam, dando sentido e forma à sua existência, os indivíduos estão agora sujeitos a um mecanismo tão imenso de dominação e decisão que sua liberdade permanece puramente formal. Suportam o poder global do mercado, da tecnociência ou das comunicações sem jamais poder influenciar seu curso." — Alain de Benoist

 

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