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Conquistadores não pedem perdão


ORIGINAL OPERATION WEREWOLF Postado em 22 de Janeiro de 2020 - Operation Werewolf, War Journal Por: Operative 413 Há não muito tempo atrás, a Mongólia ergueu um monumento gigantesco à Gengis Khan. É a maior estátua equestre do mundo. De cima de seu cavalo, olha para o leste, o maior conquistador na história mundial encara seu suposto local de nascimento. Ele é suportado por 36 pilares, os quais representam outros Khans. O monumento é cercado por vários yurts - uma espécie de cabana circular muito usada pelos pastores nômades mongóis - e exibições que destacam a história e cultura mongol.

Para os mongóis, ele é um herói. O aeroporto local é nomeado em sua homenagem. O presidente o saudou. Mercadorias com sua inspiração podem ser encontradas em todo o país.

Mas claro, isso tudo é a celebração de um homem responsável por uma estimativa de 40 milhões de mortos. Ele foi responsável pelo extermínio em massa de cidades que o resistiram e é considerado o pioneiro na guerra biológica por conta de sua tática de arremessar cadáveres por cima das muralhas das cidades. Tanto ele como seus sucessores foram responsáveis pela morte de, ao menos, 5% da população mundial.

Demorou séculos até a Rússia recuperar sua independência. A China foi governada por imperadores mongóis. O califado em Bagdá, na época uma das mais avançadas civilizações do mundo, jamais se recuperou.

A Europa não foi isenta. O general mongol Subutai, liderando uma força relativamente pequena, aniquilou os exércitos ocidentais com facilidade. Caso o Grande Khan (um dos filhos de Gengis Khan) não tivesse falecido, o Império Mongol provavelmente teria conquistado até mesmo Roma.

Essa é uma poderosa lição para quem, automaticamente, assume que os europeus foram os melhores guerreiros do mundo. Isso inclui ambos os pensamentos: de que eles possuem uma melhor herança étnica, e/ou, de que europeus sempre são os opressores, nunca os oprimidos.

Dúvido que o grupo desse último pensamento vá aceitar este ensinamento. Eles já investiram por demais nessa visão maniqueísta do mundo, onde a civilização ocidental é sempre a vilã. Gengis Khan foi responsável por, pelo menos, seis vezes mais mortes que os nazistas e chegando a se equiparar a Mao nesse número. Também havia muito menos pessoas na época.

Estão os árabes, russos, chineses, ou europeus indignados, pedindo (ou conseguindo) compensações? Existe algo que sugere que isso deveria estar acontecendo?

Mas é claro que não. Essa ideia é absurda. Acadêmicos debatem, calmamente, se as conquistas de Gengis Khan teriam vindo para o bem, pelo fato de terem expandido as rotas comerciais. Aparentemente, essa omelete estava tão saborosa que justificou a quebra de 40 milhões de ovos.

Podemos também analisar exemplos mais próximos de casa. Há pouco tempo, Napoleão conquistou boa parte da Europa. A ocupação do território germânico foi, particularmente, brutal. Em um caso famoso, um homem que se encontrava distribuindo um livro convocando a resistência germânica para o fronte francês foi morto pelo esquadrão de fuzilamento. Fraternidades estudantis alemãs que ainda existem nos dias de hoje, nasceram como grupos que se preparavam para uma revolta. A experiência coletiva de ocupação foi um grande fator na eventual criação da identidade unida alemã, a qual culminou com a ascensão de Bismarck.

Entretanto, é Napoleão uma figura odiada no Oeste Europeu ou mesmo na Alemanha? Você seria atacado caso expressasse uma opinião favorável a ele? Dificilmente. Sua tumba magnífica ainda atrai grandes massas de turistas todo ano. Um autor vindo do maior inimigo do Imperador, a Grã-Bretanha, recentemente escreveu um livro declarando que ele deveria ser chamado de “Napoleão, o Grande”. Ele também afirmou que teria sido melhor para o mundo se Napoleão tivesse ganho em Waterloo. Esse autor é difamado, preso ou agredido? É claro que não.

Jornalistas não perseguem seu trabalho ou fazem você ser visto como um radical caso expresse algum tipo de admiração por Gengis Khan, Napoleão, ou até mesmo Stalin (um pesquisa recente mostrou que 70% dos russos concordam com Stalin).

Portanto vamos descartar desdenhosamente a ideia de que as pessoas realmente se importam com direitos humanos e a leis universais da moral. Elas se importam em se esquivar dos tabus. Não querem perder dinheiro ou seu status social. Se uma pessoa é considerada um monstro, um herói, ou simplesmente uma figura historicamente importante é inteiramente dependente do poder, especialmente o poder da mídia.

A história é escrita pelos vencedores”, ou assim somos ditos. Os que nos dizem isso são geralmente aqueles no poder, mesmo que se paguem de vítimas. Eles são simplesmente os beneficiados das conquistas de outros.

Aqueles que nos lecionam sobre nossas obrigações morais tem esse poder porque seus ancestrais diretos foram conquistadores. É sem dúvida que, se seus poderosos ancestrais pudessem ver como seus sucessores são mentalmente e fisicamente fracos, eles teriam decidido que não valia a pena lutar por eles.

Conquistadores não pedem perdão. Além de sua região, os descendentes deles também não. Quem quer que você seja, qualquer que seja sua etnia, você existe porque aqueles que vieram antes de você tiveram a coragem de lutar pela sobrevivência e batalhar pela próxima geração.

Você descende de conquistadores. Haja como tal. Não peça perdão. Torne-se rei pelas suas próprias mãos.

 
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