As raízes de nossas florestas são tão importantes quanto nossas raízes ancestrais
- Bertram Schweickert
- 11 de set. de 2018
- 3 min de leitura
“Eu não anseio por uma natureza virgem, uma natureza sem a pegada enobrecedora do camponês e sem o palácio coroando a colina. Mas uma natureza protegida do industrialismo plebeu e da manipulação irreverente.” - Nicolás Gómez Dávila Durante os anos de 2016-17, principalmente enquanto ocorria a corrida presidencial Norte-Americana, ficou em pauta entre os conservadores a ideia de que o Aquecimento Global é um hoax científico. Ainda que seja realmente falso e que o aquecimento seja um efeito natural que ocorre de tempos em tempos, as pautas ecológicas entre os conservadores encerram-se aí. É fácil entender que isso ocorra em uma sociedade já corrompida pelo industrialismo exacerbado e pelo consumismo, como é o caso da maioria dos norte-americanos, ainda mais entre os boomers. Porém, nem todos estão alheios a essa questão e identitários indo-europeus de todo o mundo começam a colocar esse debate em primazia. O lixo exacerbado produzido pela sociedade industrial, o desmatamento, o perigo de diversas espécies de animais e a nossa própria saúde, entre outros temas, estão se tornando pautas essenciais em nosso discurso. “Proteja a floresta, esta é a fonte certa de nossa riqueza. O machado pode a arrebatar rapidamente, mas o crescimento é lento. Nossas ações serão todas julgadas por nossos netos. Devemos agora empregar nossos esforços para que algum dia nos louvem.” - Fundação Fugger, 1848 Desde nossas raízes existe um profundo e íntimo contato com a Natureza. Os mitos indo-europeus já demonstram isso. Nossos ancestrais sempre olharam para Natureza como sendo uma extensão dela, enxergando nela uma ligação primordial com sua própria alma. O homem europeu viu, tanto nas suas manifestações mais brandas, como a fertilidade de um campo bem cultivado, bem como nas suas feições mais assustadoras, como uma poderosa e destruidora tempestade, a presença de deuses e divindades. Havia respeito e temor pela Natureza. O magnetismo existia tanto na admiração, como no medo. Além disso, a Natureza foi protagonista para o estabelecimento das primeiras comunidades, não podendo existir nossas sociedades antigas sem a interferência positiva do meio-ambiente. “Oh que catástrofe para o homem quando ele se isolou do ritmo do ano, do seu uníssono com o sol e a terra... Isso é o que está acontecendo conosco. Nós estamos sangrando nas raízes, porque estamos isolados da terra, do sol e das estrelas, e o amor é uma zombaria sorridente, porque, pobre flor, nós a arrancamos do seu tronco da Árvore da Vida e esperamos que ela continue florescendo em nosso vaso civilizado sobre a mesa.” - D. H. Lawrence Tão importante quanto preservar as virtudes e valores que guiam nossa civilização, é também lutar pela preservação e manutenção de nossas preciosidades naturais. O futuro que queremos passar para a próxima geração não deve ser só em comprometimento moral, porém sim também numa relação de respeito e admiração pela Natureza. Existem lições importantíssimas, sensações, experimentações e contemplações que só a Natureza é capaz de oferecer. Rejeitamos o materialismo espiritual, tanto quanto esse materialismo consumista que enxerga na Natureza apenas uma fonte de recursos para servir o bel prazer. Para manter nossas raízes ancestrais fortes é preciso fortalecer também aquelas raízes que nos fixam ao solo. Nossas florestas são tão importantes quanto os nossos valores. “A terra agora se revela como um distrito de mineração de carvão, o solo como um depósito de mineral. O campo que o camponês antigamente cultivava e ordenava aparece de forma diferente do que quando se preparava para cuidar e manter. O trabalho do camponês não desafiava o solo do campo. Na semeadura do grão, ele coloca a semente na manutenção das forças do crescimento e vigia o seu aumento. Mas enquanto isso [no período moderno], mesmo o cultivo do campo veio sob domínio de outro tipo de colocação em ordem, que define a Natureza. Ela se põe sobre ela no sentido de desafiá-la. A agricultura é agora a indústria de alimentos mecanizada. O ar é agora definido para produzir nitrogênio, a terra para produzir o minério, o minério para render o urânio, por exemplo. O urânio é ajustado para produzir a energia atômica, que pode ser liberada para a destruição ou para uso pacífico.” - Martin Heidegger Os mesmos globalistas que visam a destruição de tudo o que é belo entre nossas ricas culturas, são aqueles que não se importam com a destruição de nossas heranças naturais.

Komentar